sábado, 7 de maio de 2011

"Porque todas as famílias merecem a bênção de ter uma criança com Síndrome de Down"


"Estou certa de que provavelmente já ouviram falar sobre Andrea Roberts e a sua missão e trabalho apaixonantes através de Reece's Rainbow. Actualmente, a sua organização está entre os votados para o prémio de Herói do Ano, pela revista People. O prémio será $ 10.000. Acredito que Reece's Rainbow é uma das organizações que realmente merecem receber este prémio. 



Andrea e a sua equipa na Reece's Rainbow ajudam a encontrar famílias permanentes para órfãos internacionais com Síndrome de Down. A maior parte, senão todas estas crianças, são rejeitadas pelos familiares devido a pressões sociais ou dificuldades económicas, sendo colocadas em orfanatos. Quando atingem os cinco anos de idade, se não tiverem sido acolhidas por nenhuma família, são transferidas para instituições próprias para doentes mentais. 
Desde 2006, Reece's Rainbow ajudou 130 órfãos a  encontrarem famílias permanentes. É necessário captar recursos e ter ideias bastante criativas para que a organização funcione, mas o mais importante é que esta salva vidas."

Lianna, My Life with Gabriel




Visitem o site oficial e a página no Facebook desta instituição porque vale a pena:





Criança com Trissomia 21 discriminada no Zoomarine

Retirámos esta notícia do site oficial da Associação Portuguesa de Portadores de Trissomia 21, com o objectivo de demonstrar a todos que ainda há muito a fazer na luta contra o preconceito e ignorância da sociedade.



"Torna-se para nós inaceitável e intolerável, que no nosso país possam acontecer situações de discriminação, baseadas em preconceitos e estigmas sociais, sem nenhuma base científica, médica ou outra, apenas porque uma criança tem um fenótipo diferente (uma face característica de portador de Trissomia 21). Na verdade foi o que aconteceu no Zoomarine de Albufeira, este Verão, onde uma menina portadora de Trissomia 21 foi impedida de participar numa das experiências propostas pelo Zoomarine “Dolphin Emotions”, porque uma das responsáveis olhou para a sua cara e concluiu que ela se enquadrava nos casos referidos no Termo de Responsabilidade: “por razões de segurança, não podem participar em nenhumas das experiências … pessoas com deficiências físicas severas ou mentais, como por exemplo autismo ou com comportamentos autistas.
Em resumo, Emily, uma menina com 14 anos, portadora de Trissomia 21, boa nadadora, aluna do ensino regular, irlandesa e de férias com a sua familia no Algarve foi apontada a dedo e discriminada perante participantes presentes porque alguém arbitrariamente o decidiu. E isto invocando razões de segurança para humanos e não-humanos, comparando a menina com crianças autistas, cardíacos, mulheres grávidas, epilécticos, pessoas com problemas de pele e alcoólicos."


Emily

Para lerem a notícia completa e consultarem alguns documentos como a resposta do Zoomarine vão até: 

"Síndrome de Down não é uma doença, mas sim uma característica pessoal"

Pablo Pineda Ferrer, um actor espanhol com Trissomia 21, ganhou o prémio de melhor interpretação no 57.º Festival Internacional de Cinema de San Sebastian com o filme "Yo, También". 
O actor interpreta o papel de um universitário com Trissomia 21 que se consegue licenciar e que se apaixona. E na verdade não foi só neste mundo do cinema que Pablo viveu uma experiência universitária pois foi ele a primeira pessoa com Síndrome de Down a obter uma licenciatura, no seu caso em Direito.




Reproduzimos agora uma entrevista realizada pela Solidariedade Digital a Pablo Pineda:


Pablo Pineda é a primeira pessoa com Síndrome de Down a obter uma Licenciatura numa universidade regular em Espanha. Contudo, insatisfeito com tamanho feito, encontra-se presentemente a estudar Psicologia Educacional, enquanto trabalha no município de Málaga, em Espanha.

O seu sucesso tem sido acompanhado por uma constante luta contra o preconceito, particularmente relativo ao Síndrome de Down. Portanto, não tem sido propriamente um jardim de rosas. Este actor disse-nos que este tipo de incapacidade não é uma doença mas apenas mais uma "característica pessoal". 

Seguidamente, apresentamos os destaques da entrevista.


Foi difícil para si estar na universidade?

Sim, tem sido bastante difícil enfrentar o preconceito existente em relação à Trissomia 21 e, ao mesmo tempo, tentar lidar com as exigências académicas do Ensino Superior. Contudo, estes desafios também têm sido extremamente gratificantes.


Que preconceitos existem relativamente ao Síndrome de Down?

Em primeiro lugar, eu não considero que Síndrome de Down seja uma doença. Para mim é uma característica pessoal. Eu estou bem e saudável. Não devemos ser tratados como doentes. Existem outros preconceitos e poderia ser escrito um livro sobre eles. Há reacções como pena, a concepção errada de que não somos inteligentes e uma longa lista de interpretações sociais e morais incorrectas. Felizmente, estamos a ultrapassar alguns destes equívocos. Eu estou apenas a fazer a minha parte e a demonstrar que sou tão competente como qualquer um.


Faz ideia se a situação de pessoas com Síndrome de Down é melhor noutros países?

Itália é o único país no qual eu sei que as coisas estão melhores para pessoas com Síndrome de Down e isto está relacionado com a tradição democrática deste país pois os assuntos alusivos a esta diferença têm sido considerados há muito tempo. Quanto a Espanha, com uma história democrática recente, estão agora a ser discutidos esses assuntos e, no geral, a situação não está má. Podemos dizer que Espanha e Itália são os países líderes neste campo. E isso é bom. Contudo, ainda há muito a fazer.


Como se dá com os seus colegas e professores?

Houve uma surpresa que foi ultrapassada: ninguém espera ter um colega de turma com Síndrome de Down. Mas depois disto, a minha comunicação com o resto dos colegas foi boa e rapidamente fiz amigos em todas as aulas. Encontrei velhos amigos nas aulas de Psicologia Educacional e isso foi bastante bom. Quanto aos professores, sou só mais um, uma vez que não necessito de nada em especial. Eles dão as aulas e eu tomo notas


                                              



O que gosta mais na universidade?

Sem qualquer dúvida, as melhores coisas são conviver com os meus amigos e colegas de turma e participar em todas as actividades. Eu aprecio a liberdade. Qualquer pessoa que estude numa universidade sabe que se faz o que se quer, ninguém está a controlar. Estar no Instituto enfatiza esta sensação de liberdade.
                                          

O que gostaria de fazer no futuro?

Eu quero trabalhar. Onde... veremos. Como qualquer outra pessoa, quero trabalhar no meu campo, na área da educação.


Que mensagem gostaria de enviar à sociedade?

Eu gostaria bastante de me tornar um exemplo. Eu quero demonstrar que se uma pessoa põe algo em acção, qualquer uma é capaz de concretizar o que quiser. Mas independentemente do que conseguir alcançar, eu também espero que a sociedade faça a sua parte. Eu não quero que isto seja o esforço de uma só parte. Isto é o início do sucesso e mostra ao mundo que somos tão competentes como os outros. Se estão a ser definidas barreiras, então estão a ser destruídas possibilidades para muitos outros. É essencial que a sociedade entenda tudo isto.